“Voltaremos à vida social, educacional e cultural”

Joel Rechtman - Editor Executivo da TJ

Tribuna Judaica: O que podemos esperar desse ano de 5783?
Rabino David Weitman: Os dois últimos anos foram anos difíceis para a população mundial, incluindo o povo judeu. Houve infelizmente muitas perdas, a pandemia foi forte, mas graças a D’us as coisas melhoraram e as próximas Grandes Festas devem ser iguais ou melhores que as anteriores à Covid. As pessoas estão voltando para a sinagoga, as pessoas estão vacinadas, se cuidando e devemos retomar todas as atividades. O acróstico desse novo ano em hebraico (tav, shin, pei, guimel) significa “que seja um ano de grandes atividades”. Tudo o que não pudemos fazer 5781-82 (2020-2021), voltaremos à vida social, educacional e cultural. Tenho certeza de que todas as entidades vão poder se mobilizar para aproveitar essa benção que D’us nos contempla com saúde para poder incrementar e difundir ainda mais o judaísmo.

TJ: Você rabino, pessoalmente, incentiva as pessoas, sobretudo os idosos, a voltar às sinagogas?
RDW: Sim. Incentivo porque considero importante o lado social. As pessoas precisam sair de casa e socializar. A situação melhorou bastante e os médicos e especialistas estão permitindo e recomendando esta volta. Claro que respeitamos quem ainda não se sente seguro, ou quer usar máscara. Há casos particulares em que o próprio médico da pessoa recomenda para que ela não saia. Neste caso, ela deve seguir a recomendação médica, obviamente.

TJ: Rabino, além das suas aulas e palestras, onde ensina judaísmo e a Torá para seus discípulos e congregados, o senhor também se envolveu em questões sociais, educacionais e culturais. Existe algum motivo para se envolver nestas esferas?
RDW: Cada Rabino, claro, deve estudar. Não é suficiente o que ele estudou na juventude. Os estudos da Torá nunca param. Por isso, tem que se reciclar e ensinar muito, por meio de shiurim, palestras, mídias sociais, presencialmente ou virtualmente. Cada Rabino que tem a habilidade para estas atividades, deve não apenas ensinar judaísmo, mas também aconselhar as pessoas em diversas situações, de acordos com as leis judaicas e os costumes milenares.

Porém, o judaísmo também exige outras coisas. O Rebe anterior de Lubavitch, quando chegou aos Estados Unidos, em plena Segunda Guerra – quando aquele país ainda não tinha uma vida judaica como hoje –, fundou escolas, yeshivot e instituições (eram dezenas, e hoje são milhares), mas também fundou três instituições específicas: uma dedicada à parte social; a outra dedicada à educação; e outra voltada à publicação de livros.

Aqui no Brasil, existem excelentes escolas e yeshivot. Porém percebemos que havia poucos livros judaicos em português, hoje há centenas. Por isso tem a Editora Maayanot, que publica livros judaicos, em português. Se queremos difundir o judaísmo, tem que ter a base, que são os livros judaicos. Do lado social, você não pode viver bem se o seu irmão está na miséria, sem ter o que comer ou onde dormir. Por isso existe o Ten Yad, para quem precisa ter um lugar onde vai receber o básico para uma vida digna. E a cultura faz parte do judaísmo. Se não educamos nossos filhos dentro do judaísmo, o que vai acontecer com as gerações futuras? Por isso existe o Memorial do Holocausto, a pessoa tem que conhecer seu passado, para poder garantir o futuro do judaísmo. Por isso incentivo os jovens Rabinos a se dedicarem, além do ensino, também para essas atividades educacionais, sociais e culturais.

TJ: Deixe uma mensagem para este ano de 5783.
RDW: Que D’us possa inscrever todos os leitores e todos os seus familiares no Livro da Vida, e nos selar para um ano bom e doce. Gmar Chatimá Tová, que tenhamos apenas notícias boas e que todos tenham saúde e felicidade, hoje e sempre.

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