Ron Rubin, da Universidade de Haifa, em visita ao Brasil

Joel Rechtman - Editor Executivo da TJ

Tribuna Judaica: Qual é o objetivo de sua visita ao Brasil?
Ron Rubin: O propósito da visita é estreitar os laços entre nós e a incrível comunidade judaica de São Paulo. Ao longo dos anos, desenvolvemos uma forte e robusta organização aqui, capitaneada por Avi Gelberg.
E a hora chegou para eu conhecer essas pessoas de quem ouço tanto falar. Esse momento é especialmente importante, pelo nosso 50º aniversário e do 50º Board of Governors Meeting, no qual homenagearemos o grande filantropo Elie Horn.

TJ: Conta-nos um pouco sobre sua trajetória em Israel e no mundo.
RR: Eu me formei na Universidade Hebraica de Jerusalém, recebi o PhD em história moderna dos EUA pela Universidade da Califórnia, Berkeley. Estou há 20 anos na Universidade de Haifa. Em 2000, fui nomeado Reitor de Estudantes, bem no momento em que explodiu a Segunda Intifada. A universidade tem muitos estudantes judeus e muitos da comunidade árabe, então vocês podem imaginar a tensão daqueles dias. Foi um desafio. Em 2006 eu me mudei para Nova York, onde fui nomeado professor no Departamento de Mídia, Cultura e Comunicações da NYU e foi responsável pelo estabelecimento dos dois campi internacionais da NYU em Abu Dhabi, onde eles nunca tinham visto um judeu até então, e Xangai. Em 2016, tive a oportunidade de retornar para a Universidade de Haifa como reitor, trazendo toda a experiência que havia aprendido na NYU, mas sabendo que Israel é um país diferente, com uma cultura própria. Nesses cinco anos, expandimos a universidade, fisicamente, em uma Multiversidade – uma universidade com vários campi e portais de pesquisa. Em junho vamos inaugurar o campus de tecnologia, que irá incorporar tudo que tenha a ver com ciência da computação, dados e tecnologia. Os campi são todos conectados por trilhos, o que deixa a universidade integrada.

TJ: Como a Universidade de Haifa pode contribuir com o mundo acadêmico no Brasil?
RR: Há um ambiente acadêmico incrivelmente forte no Brasil. Já temos cooperação internacional com diversas universidades, como: USP, Mackenzie, ESPM, entre outras. Temos também algumas colaborações com tempo determinado com a Faculdade de Engenharia da USP, em Santos, e queremos expandir essas colaborações. Queremos contribuir com a sustentabilidade, para melhorar a crise ambiental, por exemplo. O Brasil tem um papel importante para conter os efeitos das mudanças climáticas, e queremos trabalhar juntos.

TJ: Qual a importância da Universidade de Haifa Brasil?
RR: Temos uma Organização local aqui, que faz algumas coisas: a primeira é estreitar os laços com a comunidade judaica. Queremos fazer um programa de intercâmbio, para que os estudantes terminem seus estudos em Israel. Queremos expandir o número de estudantes internacionais, não só russos e norte-americanos, que hoje são a maioria. Parece que é fácil para os brasileiros entenderem e se adaptarem à mentalidade israelense, o que facilita esse intercâmbio. Outro objetivo dessa Organização é angariar fundos para o desenvolvimento. Nós recebemos verba governamental, mas há a expectativa de conseguirmos fontes externas, pois nossa universidade tem custos altos para mantermos a excelência, e não só em tecnologia. Ao contrário do slogan que tínhamos nos anos 1970, nós pensamos localmente, mas agimos globalmente. Nós agimos em questões como a mudança climática no mundo, discutimos as crises políticas nos países ocidentais, os avanços da área médica que exportamos para o mundo.

TJ: Os cursos são em inglês?
RR: A maioria dos cursos de graduação é em hebraico. Alguns campi estão abrindo cursos de expansão em inglês e, claro, os cursos de mestrado e doutorado também são em inglês. TJ

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