Papa Francisco recebe líderes judeus no Vaticano

Silvia Perlov - Especial para a TJ

O Papa Francisco recebeu líderes judeus de mais de 50 países, no Palácio Apostólico. Essa é a primeira vez, desde a fundação da Igreja Católica, que acontece algo semelhante.

O objetivo dessa visita foi apresentar e assinar conjuntamente (católicos e judeus), o documento Kishreinu (do hebraico, “Nosso Vínculo”), fortalecendo mundo afora, os laços judaicos- católicos.

A iniciativa Kishreinu é relacionada à Declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II, que, em 196, modernizou a relação entre a Igreja Católica Romana e o povo judeu.

O presidente do WJC, Ronald S. Lauder, em sua fala na Sala do Sínodo do Vaticano, disse: “Aqueles de nós, aqui, hoje, reunidos, estão ansiosos para difundir esse vínculo com a Igreja Católica. Hoje, lançamos o processo de ‘Kishreinu’, [que] reforça o futuro comum de nossos dois povos; representa uma nova etapa no vínculo católico-judaico”.

Lauder também expressou gratidão à Igreja Católica durante um período de crescente ódio aos judeus em todo o mundo. “Não ignoramos. Não nos esquecemos. E, o que poderia ser melhor para todos os filhos de Deus é viverem juntos em paz, harmonia e na casa do Senhor, para sempre”, disse ele.

O cardeal Kurt Koch, chefe do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, disse: “Com nossa herança compartilhada, temos a responsabilidade comum de trabalhar juntos para o bem da humanidade, refutando o antissemitismo e as atitudes anticatólicas e anticristãs, bem como todos os tipos de discriminação, para trabalhar pela justiça, solidariedade e paz, para espalhar compaixão e misericórdia em um mundo muitas vezes frio e impiedoso”.

Aprofundar as relações

Durante décadas, o Congresso Judaico Mundial trabalhou com sucesso para aprofundar as relações entre o judaísmo mundial e a Igreja Católica, com foco na melhoria da compreensão e na resolução das diferenças.

Esclarecendo o significado da ocasião, o Comissário do WJC para Relações Inter-Religiosas, Claudio Epelman, disse: “Centenas de líderes judeus de todo o mundo estão iniciando um processo que mudará a maneira como judeus e cristãos se relacionam e compartilham suas vidas diárias em todas as cidades em que vivem. Somos gratos ao Papa Francisco pelo inestimável gesto simbólico de ser nosso anfitrião aqui hoje, e estamos confiantes de que, trabalhando juntos, criaremos um futuro melhor para todos”.

O brasileiro Jack Terpins, presidente do Congresso Judaico Latino-Americano avaliou: “Esse encontro se constituiu em um marco nas relações entre os judeus e a Igreja, um resgate histórico. As duas fés monoteístas, a partir da assinatura desse documento Kishreinu, assumem o compromisso de estreitar ainda mais as relações entre ambas e vislumbra um futuro mais afinado entre elas e no trabalho que poderão fazer juntas”. TJ

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