Na Folha, Ctrl-C e Ctrl-V: como não seguir o manual do bom jornalismo

Da Redação

Há muitas pessoas na comunidade que rotulam a Folha de S.Paulo de ser antissemita. Nós não concordamos com isso. Por dar voz a diferentes correntes ideológicas, por vezes acaba desagradando quem discorda de algumas dessas posições. Muitos jornalistas da comunidade já passaram e estão na redação do jornal.

Mas, em episódio recente, a Folha deu razão a esses críticos. Em uma matéria que falava sobre empresários que estariam armando um suposto golpe em um grupo de Whatsapp, Meyer Joseph Nigri, dono da construtora Tecnisa, foi o único que teve sua religião citada. Na descrição de seu perfil, aparecia: “Tem papel atuante na comunidade judaica”. E depois citava todas as organizações do Ishuv em que ele atua. Isso não ocorreu com os demais empresários. Questionada sobre por que a religião de Nigri teve destaque, o ombudsman da Folha respondeu apenas que aquela descrição está de acordo com a apresentação que o empresário faz de si mesmo. Definitivamente, o repórter não deve copiar o currículo da pessoa e sim seguir o manual do bom jornalismo, que não é a Wikipedia.

A questão é que, em nenhuma matéria em que há uma denúncia, é destacada a religião dos denunciados – a não ser que ela seja relevante para o caso, o que não aconteceu nesta reportagem.

Esse tipo de atitude só dá mais munição para quem quer descreditar a grande imprensa em geral, e a Folha em particular, e reforçar o seu rótulo de antissemita, que acreditamos não condizer com a história do jornal.

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