Floriano Pesaro: Que seja um ano de união

Floriano Pesaro – Especial para a TJ

Estamos mais uma vez reunidos para mais uma celebração de Rosh Hashaná, um grande convite à reflexão sobre nossas atitudes e valores que praticamos em nosso cotidiano. É tempo de semear a união e o entendimento entre todos nós, apesar das diferenças que, eventualmente, venham a nos diversificar. Sob a benção do Kidush e as luzes das velas acesas pelas nossas companheiras, vamos iniciar um novo ano marcado pelo entendimento, pela paz e pelo progresso.

Que nos unamos em torno dos valores da nossa comunidade em respeito à história do nosso povo, mas, também, ao futuro das próximas gerações: promoção da paz, da harmonia e da liberdade para, e entre, os povos – de modo a refutar e, ao mesmo tempo, se reaproximar daqueles que buscam disseminar o ódio, o rancor e o desentendimento entre irmãos.

Tamanho desprendimento em prol de um bem maior, no entanto, exige mesmo esforço, que só é possível com os rituais de espiritualidade, conexão e isolamento que Rosh Hashaná proporciona e pede a nós nestes dois especiais dias. É preciso se desconectar do mundo exterior para nos conectar com nós mesmos: com nossos valores enquanto pessoas e comunidade. Reflitamos sobre o real significado da nossa fala e das nossas atitudes que, muitas vezes, passa ao largo da reflexão usurpada pela velocidade dos nossos tempos.
O que queremos deixar para nossos filhos – ledor vador – como exemplo enquanto sociedade em tempos difíceis como os que vivemos? Uma das virtudes da nossa comunidade é se ater com demasiada fidelidade aos ensinamentos da história passada por nós através dos escritos e dos elevados ensinamentos rabínicos.

E a história do nosso povo mostra, clara e fidedignamente, que frente à tirania e a opressão não nos resta outra missão que nos unirmos em prol da paz, da liberdade e da defesa dos nossos valores, costumes e crenças.

Livre arbítrio

Uma das diferenças de nós, humanos, para as outras criações de D’us é a capacidade de exercermos o livre arbítrio e, com isso, nos empunharmos com as responsabilidades de nossas escolhas. E é sobre isso, também, o Rosh Hashaná: o julgamento das nossas ações a partir dos ensinamentos da Torá e a oportunidade de corrigirmos nossa conduta baseados na fé e no intelecto.

Façamos desse momento introspectivo um momento de avaliação sincera e de reconexão com aquilo que nos une como comunidade da fé, do amor e da paz: que possamos comungar junto de nossos amados familiares um novo ano repleto de bençãos e cuja conduta seja determinada pelos ensinamentos da Torá.

Que 5783 seja um ano bom e doce e que possamos iniciá-lo a partir do maior ato de humildade possível para um homem: aquele de arrepender-se perante a D’us para se tornar uma pessoa melhor, mas não só: para promover uma sociedade mais justa, humana e solidária. TJ

Shaná Tová Umetuká!

Floriano Pesaro, sociólogo

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