Daniel Annenberg: passado e futuro do Bom Retiro

Da Redação

“O Bom Retiro é nosso eterno shtetl. Vamos fazer um resgate da herança judaica. O bairro, para mim, é a casa dos meus avós, meus pais, minha bisavó”, disse Daniel Annenberg, no início da live transmitida pelas redes sociais do Memorial do Holocausto. Como introdução ao bate-papo, o vereador leu um texto de Daisy Perelmutter, enfocando a efervescência do Bom Retiro em suas diferentes culturas.

Participaram do encontro: Gabriel Zitune, da Unibes, Dora Wajchman, do Ten Yad, Benjamin Seroussi, da Casa do Povo, professor Reuven Faingold, do Memorial do Holocausto, e o rabino Henrique Begun, da Sinagoga Talmud Thorá.

Daniel Annenberg comentou sobre os prêmios que a Unibes foi agraciada, em função da vasta experiência em momentos de vulnerabilidade e comentou a importância da entidade em momentos como este, que estamos vivendo. “A Unibes vem enfrentando esta pandemia de forma a atender as famílias assistidas cadastradas, assim como a grande comunidade em volta da instituição”, afirmou Gabriel Zitune. “Temos feito um esforço enorme em formar cestas básicas e de produtos de limpeza, álcool em gel, máscaras, distribuindo à população”.

Annenberg também destacou que o Ten Yad vem atuando no Brasil tem sido uma referência e questionou se este é o momento mais crítico do trabalho da instituição. Dora Wajchman confessou que, nos seus 18 anos de Ten Yad, nunca havia passado por um momento tão desafiador, tão cheio de incertezas. “Mas estamos lá, esse é o nosso papel, lutando de desafio em desafio, continuamos firmes e fortes; e quero agradecer aos funcionários, voluntários, falta só o abraço gostoso. Desejo Shaná Tová, a guit yur, a guezint yur, que possamos nos encontrar e continuar esse trabalho que todas as entidades judaicas fazem”.

O professor Reuven Faingold contou um pouco sobre o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, localizado onde foi fundada a primeira sinagoga do Estado de São Paulo, em 1912. “O Memorial não é só para visitas. Tivemos palestras, atos como a Noite dos Cristais e Yom Hashoá, e focamos sempre com a colaboração de entidades, como a Conib e a Fisesp. Tivemos um ciclo de palestras com Maria Luiza Tucci Carneiro, Rachel Mizrahi, Paulo Valadares, Daniela Levy. Trouxemos nosso amigo Leandro Karnal. Tivemos, também, exposições artísticas, fizemos uma sobre “O Estado de Israel através da Filatelia”, com a coleção particular de Moises Chusid, entre outros eventos”.

O Rabino Henrique Begun, representando o Talmud Torá, contou um pouco sobre a história do Talmud Thorá, que é hoje a continuação da Escola Gani Lubavitch, que começou na década de 1930 e não sofreu descontinuidade. “A comunidade toda é um corpo humano, assim, tem cabeça, membros e corpo; a comunidade também tem todos esses membros, como cada uma das entidades aqui citadas, uma representa o esporte, a outra, a alimentação, a escola é a cabeça, o intelecto, e a sinagoga é o coração da comunidade. A sinagoga não é apenas um lugar de oração, também fazemos tzedaká, atendemos os moradores do Bom Retiro, os frequentadores com suas necessidades físicas, monetárias”, contou.

Annenberg falou, que no final dos anos 1950, começo dos 60, seus pais frequentavam muito a Casa do Povo e o Teatro Taib, no Bom Retiro. “Tenho uma memória afetiva com a Casa do Povo, sempre foi uma entidade politizada”. Benjamin Seroussi contou que a Casa vem se reinventando sempre para manter seus valores. “Gosto de citar, mesmo para uma casa secular, o rabino Steinsaltz z’l, que escreveu que a alma judaica é como uma rosa de 13 pétalas, o que faz a força de uma comunidade é a sua diversidade, assim, a Casa do Povo é, com certeza, uma dessas pétalas”. A Casa acabou de reabrir a Biblioteca, que exigiu um trabalho grande de higienização e catalogação.

Faingold lembrou “que temos também instituições que estavam no Bom Retiro e, hoje, estão em outros lugares: como o Colégio Renascença, com uma sede grande na Barra Funda; e a Chevra Kadisha, tão importante nos momentos difíceis que cada um passa ou passou na vida”.

Todos eles responderam perguntas do público que acompanhou o evento virtual. “Chegamos ao final, me aqueceu o coração neste domingo frio conversar com cada um, o trabalho que está sendo feito, espero que possamos nos abraçar e saber que estamos abraçados pela comunidade de forma diferente mas, ao mesmo tempo, é tão bonito resgatar essa herança nossa do Bom Retiro e ver todo trabalho, o que cada um faz em cada uma das áreas”, concluiu Annenberg.

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