Universidade de Haifa: os livros e a proteção contra a demência

Da Redação

Uma casa cheia de livros no início da vida pode ter um impacto no envelhecimento cognitivo, afirma um novo estudo feito por pesquisadores israelenses nas universidades Ben Gurion e Haifa. Foram realizadas análises com base na Pesquisa de Saúde, Envelhecimento e Aposentadoria na Europa (SHARE), um banco de dados de centenas de milhares de questionários, para descobrir se os participantes idosos (que foram considerados saudáveis, livres de acidente vascular cerebral diagnosticado, Alzheimer etc.) tinham melhor memória, fluência e função cognitiva geral, com base em sua exposição infantil ao material de leitura.

O estudo, que foi publicado no mês passado na revista médica Dementia and Geriatric Cognitive Disorders, descobriu que ter bibliotecas domésticas (definidas como pelo menos uma prateleira cheia de livros) durante a infância estava associada a um melhor desempenho em testes de recordação de listas de palavras imediatas e tardias, bem como testes de fluência verbal. Os pesquisadores também encontraram uma conexão entre o tamanho maior da biblioteca e a melhor memória geral, tanto a memória de curto quanto de longo prazo, embora a fluência da fala não tenha sido afetada.

A demência, ao contrário da doença de Alzheimer, não é uma doença específica, mas um termo para uma capacidade prejudicada de lembrar, falar ou organizar pensamentos na velhice. Nem todos sofrem de demência à medida que envelhecem, e muitos fatores contribuem para o desenvolvimento do fenômeno, muitos dos quais são desconhecidos. Mais de 5 milhões de adultos com mais de 65 anos sofrem de demência e mais de 14 milhões são esperados até 2060, à medida que a população em geral envelhece, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Outros fatores

A equipe tentou erradicar outros fatores em sua análise, como nível de educação e renda econômica, e descobriu que os resultados ainda mostravam uma correlação entre a exposição do livro e o desempenho. O estudo tomou as suas informações do projeto SHARE, que começou em 2004 e tentou estudar os fatores sociais, econômicos, de saúde e ambientais que afetam o envelhecimento da população na Europa através de mais de meio milhão de pesquisas, e coletou dados em várias ondas, abordando adultos com 50 anos ou mais de Israel e da Europa.

Mas a pesquisa não acabou, e os pesquisadores acreditam que uma questão importante ainda permanece. Como essa descoberta se relaciona com as crianças que crescem na era digital? As crianças leem mais livros ou uma estante cheia de livros não tem nada a ver com seus hábitos cotidianos? A palavra escrita em formato digital – seja como um e-book ou como um post de mídia social – tem o mesmo efeito em interromper a degeneração da memória? Isso continua a ser visto.

“Mais estudos são necessários para determinar os efeitos de longo prazo sobre o cérebro da transição da leitura de livros impressos para o uso de mídia digital”, diz o Dr. Weinstein, da Universidade de Haifa, mas “este estudo contribui para nossa compreensão da importância de nossos ambientes de infância para o cérebro saúde na velhice”.

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