Convidada para uma entrevista pela TV Brasil, a Dra. Nise Yamaguchi, médica entusiasta da cloroquina contra a Covid-19 e que recomendou o uso preventivo do medicamento, citou o nazismo para criticar o medo da doença.
Respondendo à pergunta do entrevistador sobre a polêmica em torno do remédio, que teve estudos científicos negando sua eficácia, ela soltou a seguinte pérola: “O medo é prejudicial para tudo. Em primeiro lugar, te paralisa, te deixa massa de manobra. Qualquer pessoa, você pega… Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não submetessem diariamente a humilhações, humilhações e humilhações, tirando deles todas as iniciativas?”
A banalização do uso do nazismo como comparação a situações cotidianas tem se tornado comum em diversos contextos. Isso pode ser perigoso, pois acaba enfraquecendo o seu significado. Afinal, se até o medo de um remédio pode ser comparado ao que os judeus sofreram durante o Holocausto, quer dizer que não foi tão ruim assim, certo? Está errado e temos que combater esse absurdo diariamente.
Nossas entidades-teto, Conib e Fisesp, têm monitorado e repudiado com veemência a utilização destas falsas simetrias. A Juventude Judaica Organizada (JJO) também faz um trabalho importante nesse sentido e até produziu um vídeo para falar dos perigos dessas comparações.
Por aqui, também estamos de olho, pois não podemos nunca minimizar o sofrimento de milhões de pessoas vítimas de um dos maiores crimes contra a humanidade.
