Não esqueça a minha Monark

Da Redação

Aqueles que tem mais de 40 anos, certamente se lembram de uma das mais criativas campanhas publicitárias, lançada no final dos anos 1970. O slogan dizia: não esqueça a minha Caloi. Marca líder de bicicletas no país, a Caloi tinha como concorrente a Monark. Apesar dessa lembrança lúdica e do título inventivo do nosso editorial, o assunto é sério.

As manifestações antissemitas, em especial de cunho nazista, aumentaram de maneira absurda nos últimos tempos no Brasil, se transformando em uma avalanche. Basta lembrarmos dos casos do ex-secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, que usava diversos elementos do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, e Filipe Martins, assessor especial da presidência, que reproduziu um gesto clássico dos neonazistas no Senado. Até chegarmos aos casos recentes do podcaster Monark (aí o trocadilho do título), que aventou a possibilidade de haver um partido nazista legalizado no país, e do comentarista da Jovem Pan Adrilles Jorge, que foi demitido por fazer a saudação “sieg heil” após falar sobre o caso.

Voltando à geração nascida nos anos 1960, ainda por influência dos sobreviventes da Shoá, havia uma mentalidade de se agir nos bastidores e não dar exposição ao assunto, mesmo aos perpetradores de atos abomináveis. Claro que os tempos mudaram, vivemos na era do imediatismo, e que tudo, segundo alguns, deve ser respondido na hora e com maior intensidade.

Vale a pena refletir sobre isso, pois a visibilidade do assunto foi gigantesca. A quem beneficia? Qual é o nosso objetivo final? Isso não significa que devemos nos esquecer dos Monark, dos Adrilles, dos Alvim ou dos Martins. Eles merecem toda a nossa indignação e a força da lei.

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