Em uma das célebres frases de Chaim Weizmann, fundador do Instituto Weizmann de Ciências e primeiro presidente de Israel, ele destacou: “às vezes milagres acontecem, mas temos que trabalhar muito duro para que isso ocorra”.
A geração de conhecimento e a capacidade de transformar esse conhecimento em soluções para os desafios que a Humanidade enfrenta não seriam o suficiente para que os “milagres” acontecessem. Para que o fluxo da geração de conhecimento seja contínuo, e para que a aplicabilidade desse conhecimento aconteça de forma eficaz, é necessário também capacitar a nova geração de cientistas e educar cientificamente a sociedade.
Conhecido pela sua posição de liderança em pesquisa básica e transferência tecnológica, o Instituto Weizmann de Ciências é também uma instituição de ensino superior cujo objetivo é treinar a próxima geração de cientistas de classe mundial. Seu braço acadêmico, a Feinberg Graduate School, oferece cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado na língua inglesa para que os alunos adquiram as aptidões necessárias para se tornarem a vanguarda da ciência.
Mas os cientistas não baterão às portas da ciência prontos para essa jornada. É preciso investir em crianças e jovens para pavimentar o caminho dos futuros pesquisadores. O braço de educação cientifica, o Instituto Davidson de Ensino de Ciências, atinge mais de 350 mil alunos e professores cada ano. Os programas são direcionados a uma ampla gama de alunos, incluindo os superdotados, os de baixo rendimento e jovens em risco. Anualmente são treinados 3700 professores. O website oferece aulas para usuários do mundo todo e mais de 70 programas inovadores inspiram jovens a abraçar a ciência.
Informar cientificamente a população é igualmente importante. Apenas cidadãos educados cientificamente poderão ter senso crítico na era do excesso de informação e das fake news. Informação confiável e em linguagem simples, debates abertos, palestras e experiências de sucesso como o Science on tap (que já teve duas edições no Brasil), quando os cientistas “invadem” bares e restaurantes para falar de suas pesquisas, são essenciais para que a sociedade bem informada seja capaz de tomar as decisões que a afetam.
Escola de Verão e visita ao campus
Mais de 3400 alunos do mundo todo, quase uma centena vinda do Brasil, já participaram da Escola de Verão. Em todas as línguas, os depoimentos são unânimes: passar um mês fazendo ciência no campus e no deserto é a experiência mais impactante em suas vidas e abre perspectivas na carreira científica.
Os jovens, criteriosamente selecionados por uma banca de professores de renome – liderados no Brasil pela Prof. Regina P. Markus – são estudantes de todos os Estados brasileiros que estejam no primeiro ano da faculdade. Os melhores talentos recebem uma bolsa integral do Grupo de Amigos do Weizmann para vivenciar a ciência de ponta.
Para curiosos de todas as idades, uma visita ao campus, localizado na cidade de Rehovot, possibilita uma jornada de conhecimento e descoberta. Pode se “sentir a ciência” no supermoderno centro de visitantes, com exposições tecnologicamente avançadas, e explorar as maravilhas da ciência e da natureza no museu ao ar livre, o Jardim Clore de Ciências.
É essencial pensar no amanhã. É essencial preparar os jovens, informar a sociedade, reunir as melhores mentes, com diferentes origens e backgrounds, nos melhores laboratórios, questionando, experimentando, trocando ideias e respondendo às perguntas fundamentais para que o desconhecido se torne conhecido. Desde 1982 o Grupo de Amigos do Weizmann reúne esforços para incluir os brasileiros nesse cenário científico global.
Os tempos atuais mostram que com todo o avanço do conhecimento nas últimas décadas, os desafios para a Humanidade ficaram ainda maiores e não podem ser enfrentados de uma maneira local. Apenas a educação e muito empenho para a integração e colaboração entre mentes e instituições de alto padrão, as novas fronteiras do conhecimento poderão permitir uma vida mais longa e mais saudável, para o ser humano e para seu planeta. TJ
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