Fernando Henrique participa de dois eventos da comunidade

Joel Rechtman - Editor Executivo da TJ

Com o objetivo de atrair, capacitar e reciclar profissionais e voluntários a fim de trabalharem com a terceira idade nas suas entidades e para a contínua melhoria dos serviços oferecidos, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), com o apoio institucional da CIP, Unibes e Hospital Albert Einstein realizou, no dia 1º de outubro, data em que se comemorou o “Dia Internacional do Idoso”, o “15º Seminário do Envelhecimento”. Um dos destaques da programação foi a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, atualmente com 89 anos, que foi entrevistado pelo presidente da Fisesp, Luiz Kignel e pelo presidente executivo, Ricardo Berkiensztat.

FHC contou como é participar do grupo The Elders (grupo criado em 2007 por Nelson Mandela que reúne líderes mundiais em torno de uma agenda de promoção da paz), falou sobre religiosidade, lembranças de sua juventude, bem como de sua rotina diária para se manter saudável. Ao final da live ele deixou uma mensagem de otimismo. “A vida está aqui para se viver. Cada um tem que saber viver o seu momento e se revezar em cada uma das etapas, sabendo tirar o maior proveito delas”.

Este ano, o evento, que tem como público alvo profissionais, voluntários e Organizações da Sociedade Civil que trabalham com o tema do Envelhecimeno, foi totalmente on-line, por conta da pandemia do coronavírus, com transmissão pelas redes sociais da Fisesp e da Unibes.

A abertura foi realizada pelo presidente da Fisesp, Luiz Kignel, pelo vereador Daniel Annenberg, pela presidente da Unibes, Denise Antão e pela diretora do Programa de Inclusão Social, Ruth Goldberg. Em suas falas todos evidenciaram os desafios das entidades e da sociedade em geral para se reinventarem durante a pandemia, a importância do acesso a tecnologia e da promoção da inclusão digital pela terceira idade, bem como da responsabilidade comunitária de se olhar por todos e em especial para a terceira idade.

A programação teve continuidade com um painel sobre o impacto do distanciamento social para a vida dos idosos e a contribuição das tecnologias digitais ministrados pela assistente social Dra. Naira Dutra Lemos e a terapeuta ocupacional Carla da Silva Santana.

Durante o evento on-line, também aconteceu o lançamento da Campanha “Até os 120”, que foi apresentada por Esther Dzialowski Amarante, psicóloga clínica, especializada no trabalho com estresse e trauma e que integra a Comissão dos Idosos da Fisesp. Ela falou sobre os diversos conceitos que envolvem o envelhecer e da importância de se ampliar a compreensão do que a longevidade pode trazer de bom. Esther deu detalhes sobre a nova campanha e convidou todos a se engajarem neste novo espaço on-line dedicado à terceira idade pelo @ateos120.

O Seminário contou ainda com uma entrevista do Dr. Marcos Knobel com o Secretário da Saúde, Dr. Jean Gorinchteyn, na qual ele falou dos desafios que vem enfrentando no novo cargo, da importância da saúde física e mental do idoso e das expectativas para a nova vacina contra o novo coronavírus.

O seminário terminou em samba, com uma conversa no mais alto astral entre Jairo Roizen, jornalista e assessor da Fisesp que conduziu a live, e o sambista Tobias da Escola Vai Vai.

Live do StandWithUs

Fernando Henrique Cardoso também foi o convidado especial de uma live do StandWithUs Brasil. Ele participou de um bate-papo com André Lajst, diretor executivo da organização, com o tema “A política externa do Brasil para o Oriente Médio, continuidades e interrupções”, que lhe perguntou sobre seu posicionamento em relação a mais de 40 votos feitos por comissões da ONU pelo Brasil que sempre se posicionou contrariamente a Israel. André ressaltou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU é composto por diversos países não democráticos que são eleitos e reeleitos. “Israel é o único país nominalmente mencionado, e não existe uma menção sequer ao Irã, que inclusive já presidiu a Comissão do Direito da Mulher, à Arábia Saudita ou à Síria, entre outros”, pontou.

“Não se pode usar um instrumento multilateral para colocar a culpa em um país. O Brasil tem que seguir um caminho de intransigência neste sentido”, respondeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente destacou a vantagem estratégica do Brasil em estar longe das regiões de conflitos, e de ser um país formado por grandes levas de imigrantes, e nesta grande diversidade as diferenças acabam desaparecendo. “Um governo não pode se colocar contra um ou a favor de outro, tem que buscar a reconciliação, respeitando a diversidade”, afirmou.

Sobre a decisão de vários países mudarem suas embaixadas para Jerusalém, o ex-presidente não vê relevância nessa discussão. “No caso de escolher entre Tel Aviv e Jerusalém, é um absurdo ter preocupações dessa natureza. Acho que devemos ter uma relação aberta – quanto menos fronteiras entre o ser humano melhor.”

O ex-presidente anda lembrou de Shimon Peres, ex-presidente de Israel, com quem se encontrou e mantém grande admiração. “Ele tinha uma visão do mundo, era um humanista. Todas as vezes que estivemos juntos percebi que ele era um líder, uma pessoa que inspira. Poucas pessoas deixam uma marca na vida, e eu já tenho quase 90 anos.

Quando a gente lembra com força e carinho de alguém, é que esse alguém te marcou. O Shimon Perez me marcou”, finalizou.

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