Todos nós queremos ter filhos bem-educados e alunos bem-encaminhados. Mas temos que conhecer a forma certa de incentivá-los a seguir o caminho certo, sem causar danos a sua autoestima. Criticar frequentemente os erros de nossos filhos pode ser uma receita para destruir o caráter de nosso querido!
Crítica negativa nunca é construtiva
Portanto, vamos começar com o que não se deve ser dito!
“Você não tem jeito!”, “Que bobeira você fez!”, “Você não entende que só faz burradas, só faz coisas erradas!”.
Estas críticas são exatamente o que você nunca deve falar ao seu filho ou ao seu aluno. Vamos explicar o porquê.
a) Nunca critique a pessoa. Critique somente a atitude errada. Criticando a própria pessoa, você está ajudando a empurrar seu filho/aluno ao abismo e está destruindo sua autoestima.
b) Críticas inócuas, que só apontam erros passados, sem indicar o caminho da reação, estragam mais do que consertam. No fundo, o jovem sabe quando está errado. Não é necessário repetir sem parar que ele errou. Remoer seu erro só faz ele se sentir pior e não mostra qual é a saída, qual a atitude que deveria ser seu comportamento ideal.
Nesta forma de crítica, o jovem tende a ficar emburrado ou a se rebelar contra as acusações. Muitas vezes acaba não aceitando a crítica e procura alguma forma de se justificar, pois tem que defender de alguma forma a sua honra.
Na pior das hipóteses pode acabar internalizando a crítica sobre a sua pessoa e começar a olhar para si próprio de forma negativa. Ele fica a um passo de perder a vontade de reagir e a capacidade de mudar.
No seu inconsciente pode se acomodar e chega a pensar: “se já sou tão ruim assim, não tenho jeito e não vou conseguir mudar”. Para se consolar, pode então chegar à conclusão de que é melhor para ele ser mau ou ruim, frequentar ambientes negativos, para ficar onde se sente confortável. Muitas vezes é levado a decidir “aproveitar” os prazeres momentâneos ou se jogar nos “games” que o distanciam de sua vida real.
Crítica construtiva é a crítica positiva
O Gaon de Vilna em seu livro sobre Mishlei (12,18) se aprofunda na crítica positiva. Esta expressa somente o necessário para curar o erro e melhorar a atitude. O foco é a mudança e a forma ideal de agir.
Para tanto, temos que, antes de tudo, acreditar em nossos filhos/alunos. Cada um tem um potencial enorme e somente olhando para este lado, nossa crítica será verdadeiramente construtiva.
Por exemplo: “Pessoas adultas não agem assim! Quando você amadurecer você vai entender melhor porque não se deve agir assim!”, “Espero de você uma atitude diferente! Acho que você pode aproveitar melhor o seu potencial!” Desta forma, estamos focando no que esperamos do jovem, não no leite derramado. Não adianta colocar mais sal na ferida. Devemos sim expressar nossa expectativa por um comportamento melhor, ao mesmo tempo em que mostramos que confiamos que ele pode chegar lá.
Através da crítica construtiva conseguimos:
a) Evitar que nosso filho/aluno rechace nossas propostas.
b) Fazemos com que o jovem olhe para si mesmo de forma positiva, para que mantenha um nível elevado de boas atitudes compatíveis com sua auto imagem.
c) Mostramos ao jovem o caminho para evoluir, indicando formas tangíveis para tal mudança.
Amar é acreditar no potencial
Mudar vai exigir do jovem muitas forças e coragem. Antes de tudo, ele necessita sentir que você confia nele. A confiança de seu educador!
Advertência: não adianta só fazer de conta, você deve de verdade acreditar na mudança possível de seu filho/aluno, acreditar no seu potencial. Às vezes isso exige um exercício de focarmos no seu lado positivo, mesmo quando suas reações são um dilúvio de atitudes erradas.
Mas não bastam só intenções. Não basta pensar e acreditar que a crítica é construtiva e vem para o bem. Você deve saber falar de forma positiva!
Somente um educador que ama seus alunos e que sabe como expressar seu amor em atos e palavras doces e positivas conseguirá reverter comportamentos negativos em atitudes brilhantes.
